“ViorarVel Til Loftãrãsã” é considerado um dos melhores vídeos europeus da história do
videoclipe.
Com
mais de sete minutos de duração, o vídeo causou polêmica e ainda é alvo de
críticas em diversos países. Lançado em 2001, no auge do liberalismo islandês,
na mesma época em que sua conterrânea Björk lançava o também censurado clipe de
“Pagan Poetry” (que foi liberado apenas para França, Islândia, Alemanha e
Brasil), o vídeo do Sigur Rós foi censurado em 23 países, entre eles nos
Estados Unidos.
O grupo
já havia lançado um clipe polêmico anterior a este: “Svefn-g-englar” tem mais
de nove minutos de duração e traz em seu casting apenas portadores de
síndrome de down. Chocou mas não foi censurado.
Assim,
“Viorar Vel Til Loftãrãsã” iniciou o ciclo de produções que inseriam
“alfinetes” na sociedade e viravam alvo constante de censura.
No
vídeo, um garoto loiro, filho de camponeses estereotipados, caminha pelo campo
com um carrinho de bebê onde leva suas bonecas. O pai trabalha. O menino retira
as bonecas do carrinho e as ergue ao sol. Um outro garoto observa a cena
sentado à beira do lago com um pedaço de madeira na mão. O pai observa a cena
do menino erguendo as bonecas e corre para repreendê-lo. Retira bruscamente as
bonecas do garoto e as joga no lago. O outro garoto apenas observa. Uma mão
aparece retirando as bonecas do lago. Muda a cena para uma aula de futebol, os
meninos estão reunidos. No fundo do vestiário, o menino que presenciou tudo
entrega um pacote ao menino das bonecas. Ao abrir, o garoto encontra seu bem
precioso aos pedaços.
O vídeo
volta a mudar de rumo, desta vez é dia de jogo entre os garotos. Pais, mães e
crianças estão empolgados na arquibancada. O primeiro gol é marcado pelo garoto
das bonecas. Todos correm em comemoração. Cenas em flashback dele brincando com
seu amigo são expostas. Voltam as cenas de comemoração do gol, os amigos do
time abrem espaço e os dois garotos estão deitados no gramado se beijando. A
bíblia do padre cai no chão. O pai, que hora estava feliz e vibrante pelo gol,
muda de feição e corre para castigá-lo. A mãe aparece com um bebe no colo e
rosto que mistura culpa e compreensão. O pai puxa o filho do chão e sai
arrastando o garoto. Logo em seguida o padre puxa o outro garoto. Pai, mãe e
garoto aparecem em cena de discussão. Cena das bonecas sendo atiradas no lago.
FIM.
Este
enredo simples, que narra apenas uma cena do cotidiano de milhares de pessoas,
causou polêmica em diversos países do mundo.
A
homossexualidade existe, mas não pode ser mostrada. E isso causou rebeldia no
mundo do videoclipe abrindo espaço (ou não) para outros clipes com este tema.
Foi o
caso de “Beautiful”, clipe de 2002 da Christina Aguilera. A letra dizia “you
are beautiful, no matter what they say, words can’t bring you down!”. No clipe,
cenas de uma garota com anorexia se olhando no espelho e um casal gay aos
beijos em uma praça pública. Conclusão: Censura! O vídeo foi censurado em mais
de 30 países e isso incluiu o Brasil, onde o clipe só pode ser exibido na TV à
cabo.
Antes
deste vídeo, a MTV brasileira já havia censurado outro vídeo pelo seu conteúdo
homossexual: “Don’t Let Me Be Misunderstood” de Edson Cordeiro foi censurado
pela emissora em 1999.
Foi o
“boom” dos vídeos com temática homossexual.
As
garotas russas do T.a.t.u. trocavam carícias e beijos em “All The Thing SheSaid”. P!nk seduzia mulheres em “God Is A Dj”, Paulina Rubio em “Algo Tienes” e
até Thalía mostrou mulheres se beijando nos clipes de “A Quien Le Importa” e
“Seduccion”.
O
lesbianismo virou moda e foi batizado por Madonna em sua performance história
no VMA de 2003 quando beijou Britney Spears e Christina Aguilera.
Logo na
sequência, Britney tentou atacar Madonna em seu clipe “Me Against The Music”,
Janet Jackson acariciou mulheres em “All Nite” e o ex NSync JC Chasez lançou o
single “Some Girls Dance With Women”.
No
Brasil, o representante foi “Hoje eu acordei feliz” do grupo Charlie Brown
Junior que trazia um casal de mulheres mafiosas selando o clipe com um beijo.Todos esses e outros tantos aparecem no nosso Top 50 Especial, logo abaixo...
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